Parabéns Gazeta Rural! (13 anos de publicações, Gazeta Rural nº 298, 31 julho)


Parabéns Gazeta Rural!
Nesta edição de final de Julho a revista Gazeta Rural comemora 13 anos de publicações regulares, a Espaço Visual aproveita esta oportunidade para felicitar a equipa da Gazeta Rural por este feito, pela contribuição que deram ao longo deste período temporal para o desenvolvimento das agriculturas de Portugal e sobretudo do seu mundo rural.

Esta data e este espaço servem para reflexão sobre a seguinte questão: Que mudanças aconteceram, que alterações de visão se deram desde o ano de 2004 até hoje nos campos e na sociedade portuguesa?
De 2004 a 2011 a agricultura não era e não foi prioridade política dos governos de Portugal. Tudo se alterou com a crise económica e financeira e a intervenção da troika em Portugal. A agricultura passou a ser vista como uma atividade económica que ajuda ao desenvolvimento económico do país, sendo liderada pelo forte movimento de instalação de jovens empresários agrícolas. O que resultou deste fenómeno? Um processo em que hoje se traduz em pelo menos sete vezes mais candidaturas de investimento que apoio financeiro público para as suportar. Para cúmulo da ironia deste processo, há jovens que não conseguem obter apoio público para se instalarem apesar de quererem dedicar-se à atividade agrícola, um contributo direto para uma mudança estrutural, inverter o estado da arte das agriculturas de Portugal, diminuir o peso relativo do número dominante dos agricultores com idade avançada. Por outro lado, também parece indicar que para a opinião pública e para o cidadão médio o mundo rural e as agriculturas não são importantes, só devem ser apoiadas se houver fundos financeiros da União Europeia e em casos de escassez orçamental nacional não devem ser prioridade. Só desta forma se consegue explicar e entender porque o governo de Portugal não tenha disponibilizado em 2016 e 2017, os 300 M€ em cada ano, de orçamento nacional mínimo necessário para continuar a apoiar os investimentos.
Os incêndios florestais do ano passado, do corrente ano e previsivelmente dos próximos anos (para serem controlados exigem uma aplicação adicional de pelo menos 300 M€ na prevenção do fogo, gestão florestal, ordenamento florestal, novas plantações, etc. assim como, o desenvolvimento das agriculturas nas regiões de Baixa Densidade para fixar população e criar zonas tampão sem combustível) irão pressionar à mudança de atitude na sociedade e no governo, decorrentes do prejuízo anual gerado pelo fogo nas florestas será medido e o respetivo valor, indiscutivelmente maior, será comparado com os valores de investimento necessário.

Aqui chegados que prospetivas para os próximos 13 anos?
Iremos assistir a uma revolução tecnológica seja pela agricultura de precisão e digital, aportarão maior e melhor gestão no campo, seja pelas novas variedades obtidas geneticamente, trarão plantas melhor adaptadas ao clima e solos, seja pelo incremento de modos de agricultura mais sustentáveis, sobretudo o modo de produção biológico que será mais generalizado.
Além disso, as alterações climáticas que se fazem sentir, e. g. a seca severa a  extrema, precipitações pontuais e elevadas, etc. terão de ser enfrentadas e os investimento em práticas culturais e tecnologias que façam o seu controlo até onde seja possível, serão paralelamente prioritários.
Estou certo quem 2030 as agriculturas e as florestas de Portugal terão maior peso económico e social, tendo um maior contributo para a economia de Portugal que prevejo, nessa altura, será desenvolvida. 

José Martino
CEO Espaço Visual

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