Os desafios da formação profissional e ensino formal agrícolas para o sucesso empresarial no séc. XXI


Na minha atividade profissional diária na Espaço Visual, empresa de consultoria agrícola e desenvolvimento rural, desde 1996, contribuo para a instalação de várias centenas de jovens agricultores e dentro destes alguns deles são empresários agrícolas de sucesso nos dias de hoje e muitos outros, os mais recentes serão casos incontornáveis de sucesso nas próximas dezenas de anos.
Faço-o através ações de assessoria ou ações de formação profissional (e.g. workshops e oficinas do empreendedor agrícola de sucesso) com o objetivo de informar, esclarecer, formar, sobre as melhores estratégias e caminhos a percorrer para se ser um empresário detentor de uma exploração agrícola rentável, das ajudas financeiras do PDR2020 para apoio ao investimento e 1.ª instalação. O esclarecimento de dúvidas é conseguido em reuniões e posteriormente, nas visitas de campo com o objetivo de avaliar se as condições de solos e climas de determinada exploração são as mais ajustadas para determinada atividade agrícola ou pelo contrário, para determinada parcela agrícola ou florestal, quais é o leque atividades com maior potencial produtivo e de mercado. O passo seguinte é ajudar a definir itens de investimento, seja em infra-estruturas e melhoramentos fundiários, plantações, construções, máquinas e equipamentos, etc.
Da minha experiência e trabalho contínuo e regular, verifico que têm maior sucesso os jovens empresários que têm perfil de empreendedores, aqueles que montam uma estratégia para adquirir competências no negócio, controlam os pormenores da atividade e dentro destes saberes, dão muita importância ao domínio dos eventuais erros que devem evitar a todo o custo, mas mais que tudo trabalham para adquirir experiência em gestão, seja através de estágios formativos, estágios profissionais, visitas de estudo em Portugal e estrangeiro, workshops, seminários, etc. (muitos destas ações de formação profissional são organizados e produzidos pela Espaço Visual – consultar: http://formacao.espaco-visual.pt/).
O ponto-chave da gestão agrícola é a transformação da agricultura num negócio, ou seja, a capacidade do empresário ser capaz de promover equipas de trabalho que fazem cada operação técnica cultural ser realizada na hora certa, na melhor oportunidade técnica, como por exemplo, em fruticultura, a monda, se for realizada fora da janela temporal mais adequada para a sua eficácia, com os mesmos custos para retirar o excesso de frutos, consegue-se maximizar os ganhos de peso nos frutos que ficam nas árvores, o mesmo se passa com a fertilização, rega, etc.
O empresário agrícola e a sua equipa de colaboradores devem possuir além das competências técnicas próprias da atividade em causa, aptidões transversais, seja em mecânica, eletricidade, pichelaria, serralharia, etc. que lhes permita avaliar os problemas que aparecem todos os dias na exploração agrícola, podendo na maioria dos casos fazer as respetivas reparações, mais rápidas e baratas, exceto no caso de os problemas serem tecnicamente mais complicados, neste caso terão de recorrer a prestadores de serviços especialistas na matéria em causa.

Na minha opinião, é determinante da rentabilidade de uma exploração agrícola a competência de gestão e técnica do seu grupo dirigente.      

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